segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

just a guy.



Ele é só um cara e você já esqueceu outros caras antes. É só um cara e não a sua vida, e não todos os dias de sua história resumidos em um rosto angelical, e não todas as suas lágrimas juntas em um sábado solitário. Ele não é o destino. É um cara. Existem muitos destinos. Muitos caras. Quer mesmo saber? É um cara como todos os outros caras. Como este que lhe perguntou as horas no meio da rua. Podia ter sido ele mas você nem ligou. O mendigo, o ginecologista, o padre. Eles estavam ali o tempo todo. Ele não estava. Ele é só um deles. Vários. Uma legião. Ninguém. Ele é só um cara que não sabe escolher os próprios perfumes. Não sabe sangrar. Não sabe que nome daria a um filho. Não pode durar mais tempo. Ele é só um cara perdido como todos os outros caras que você encontrou, e perdeu. Ele é só um cara e você já esqueceu outros caras antes.

Para uma amiga, com todo o amor do mundo.

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