quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vivemos e aprendemos

Vivemos e aprendemos com nossos erros.
Choramos, mais depois sorrimos.
Crescemos com palavras, atos, sentimentos e ilusões.
Morremos aos poucos por orgulho, críticas e por não nos perdoar.
Humanos somos quando temos caráter, respeito, dignidade e HUMILDADE
Não quando somos covardes, baixos, idiotas e passamos por cima das pessoas ao nosso redor para conseguirmos o que realmente desejamos.
Muitas vezes nos arrependemos dos nossos erros tarde demais, de uma forma que não dá para voltar atrás…
Muitas vezes praticamos atos indesejáveis, atrapalhando as pessoas que adoramos…
Muitas vezes esquecemos do mundo à nossa volta para lutarmos por uma coisa sem sentido…
Muitas vezes choramos por ter feito o que fizemos, e não ter sido quem somos…
Muitas vezes pessoas nos mostram como se arrepender a tempo e como tentar concertar…
Muitas vezes estamos errados no sentido geral do mundo, não no sentido geral da gente…
E mesmo que venha forte a tempestade e mesmo que o mundo caia sobre nós, nada nem NINGUÉM apagará o que ficou.
Se errei ou acertei, isso já não importa.
O que importa é que novamente estou aprendendo.
Aprendendo e crescendo, com meus atos, com os atos das pessoas em minha volta.
Aprendi que para manter meu sorriso é necessário primeiro que as pessoas de minha volta sorriam.
Seja como for, seja com quem for, seja como vocês queriam que fosse.
Não basta apenas me perdoar, é preciso me encontrar.
Quem sabe na imensidão do paraíso alguém possa me amar.
Mais feliz eu aprendi que só estarei quando vocês estiverem felizes.
Seja como for, seja com quem for, seja como vocês queriam que fosse, o importante é vocês serem felizes. Eu?
Ou melhor, o resto, que se exploda.
Não me arrependo de ter feito uma coisa que eu queria fazer.
Arrependo-me de ter escolhido a hora errada para fazê-la.
Arrependo-me de passar por cima de pessoas que merecem respeito, que são especiais para as pessoas em sua volta, que são legais, que são HUMANAS.
Arrependo-me de não ter aproveitado a sorte na hora certa.
Arrependo-me de ter acreditado em pessoas que mal conhecia.
Arrependo-me de não ser tudo que eu deveria ser.
Arrependo-me de não ter acordado a mais tempo.
Mesmo se nós não perdoamos nossos erros, mesmo se nossos reflexos não são mais os mesmos no espelho,
Existe um ser que sempre, não importa a situação, o momento, os erros, os acertos, as críticas, os elogios, os desesperos, as alegrias, as lágrimas, solidão, união,
desamor, esperança, desunião, desesperança, que SEMPRE, SEMPRE esteve e está conosco: DEUS!
Mesmo quando não nos lembramos Dele, Ele está lá.
Pode não parecer, mas está.
Ele é o único capaz de nos perdoar sem rancor, sem ódio, sem desamor…
Ele é o único que sempre estará com agente…
Ele é o único que vê e sente nossos sentimentos…
Ele é o único, que sempre, não importa a ocasião, está de mãos abertas para a gente…
Ele é o único a quem devemos realmente agradecer pela nossa vida…
Deus não é apenas um pai.
É um amigo, um ajudante, um companheiro, um anjo, um irmão, um colega, um guardião…
Não importa ONDE eu esteja, não importa COMO eu esteja, não importa se eu estou feliz.
O que importa é COM quem eu sempre estarei: com DEUS!

Às Duras Decisões

Um dia, quem sabe, ela se decida por não sonhar mais. E quando os raios deste dia a atingirem, ela verá que já não é mais uma criança e que deve pensar como uma pessoa séria, usando a racionalidade e calculando a vida meticulosamente, sem deixar-se levar pela imaginação que há tempos regia seus caminhos ou pelas vontades de menina que tinha em seus sonhos. Alguém lhe dirá que já era em tempo, que esta é a decisão que todos devem tomar numa certa altura da vida, mas ninguém lhe dirá que ser sério em tempo integral não é uma virtude e sim uma perda inestimável da vida.
Então, enquanto estiver se reeducando para não mais ver o mundo por uma bolha cheia de cores e sons falsos, alguém ao seu lado estará aproveitando toda a magia e todo o encanto que vai além do que os olhos podem ver, e talvez este alguém sorria para ela. Ela não sorrirá de volta, pois não é o que se espera que uma pessoa séria faça. Sofrerá por não ser o alguém, e talvez até tenha vontade de voltar atrás e ser mais uma vez a menina que acreditava nas fadas e na bondade, mas antes que o saudosismo a possua por inteiro, o mundo real a chamará de volta para as coisas sérias que lhe dizem respeito.
E ela certamente irá sofrer e chorar, pois quem lhe disse que os sonhos não serviam de nada ocultou a necessidade mórbida que todo ser humano tem de sonhar acordado com o mundo irreal e ideal. Ninguém lhe disse que os sonhos fortalecem e que a ausência deles faz de uma pessoa uma rocha oca, forte por fora, mas sem nenhum valor por dentro, fraca e inútil para os outros para si mesma.
Com o tempo, ela verá que decisões nem sempre são definitivas e que a coragem de voltar atrás e refazer a própria história é uma virtude e tanto. Olhará então para aquele alguém que sabia ver a vida do jeito que ela sempre quis e pedirá ajuda. Verá que pedir ajuda também é coragem e se irá sentir-se forte e indestrutível. Aos poucos, deixará de lado suas vãs convicções e idéias manipuladas, voltará a sorrir para a vida e não mais irá basear-se em números, mas sim em sentimentos. O alguém sorrirá mais uma vez e agora ela estará pronta para sorrir de volta com toda a sinceridade, alegria e o infinito de sentimentos bons que cabem num sorriso.
Sim, os sonhos perdidos podem ser reencontrados.
Sim, a vida perdida pode renascer.

Tudo o que ela precisa é ser livre como uma criança, sonhando como gente grande.

Prisão

Há uma janela imensa e dentro dela cabe o mundo.
Por ela eu vejo tudo o que acontece e posso escolher o que convém e o que não convém a mim. As coisas gritam, cintilam, e eu arrasto minha cadeira para a beira da janela e procuro não perder um sopro que esse mundo dá. Eu vejo, mas não toco.
Nada ali me pertence, não há um plural entre nós. Há eles e eu e todo o resto que se amontoa nas entrelinhas do meu espaço visível. Eu assisto a cada evolução deles, enquanto permaneço parada, chorando, sorrindo. Por eles, não por mim. Eu vivo a vida deles, sinto as emoções deles e sorrio quando a felicidade deles me comove.
Não pareço existir. Assim como a energia do produtor se perde a cada nível trófico da cadeia, as sensações chegam a mim enfraquecidas, quase imperceptíveis. Esforço-me em torná-las palpáveis, para que me vejam e venham me contar melhor o que se passa. Aceno, eles não veem. Grito, eles não ouvem. Ao que parece, esta janela me prende a um submundo, um universo paralelo onde eu sou a única habitante. Há de fato vida além daqui ou eu mesma sou mais uma ilusão?
Certa vez eu acenei, e alguém sorriu para mim. Não sei se foi exatamente para mim ou se apenas veio em minha direção, mas para manter aceso o fogo da vida obrigo-me a ter a certeza de que era meu o aceno. Pergunto-me todas as noites, quando fecho a janela: se é verdade, e se aquela pessoa pode me ver, por que ninguém mais pode? Por que é que eu sou a única a perceber onde estou e quem sou? Por que estou presa a esta janela empoeirada, sem perspectivas ou sonhos plausíveis? E acima de tudo, por que diabos não consigo simplesmente pular a janela e encontrá-los?
Por trás disso tudo, de mim, da janela, do mundo, das pessoas, há transição livre entre verdade e ilusões? Sendo assim, sou eu a única que jaz em um leito esculpido na mais sórdida realidade, pálida, quieta, sufocada dentre os sonhos alheios? Olhem para mim, olhem! Respondam. Sejam francos, me esclareçam, me fortaleçam. Por que não podem me ver?
Repito para mim todos os dias que este mundo que sente e sofre e vive não pode me ver. Seria cruel demais se me visse mas ignorasse. Eu não suportaria a idéia da indiferença. São tantas as vezes na vida que cremos no que queremos! Com toda eloqüência que almejo ter, esbravejo, enlouqueço, peço aos céus e a terra que me movam daqui. Quando me canso, só peço ao mundo que me traga mais perfumes e que assim eu sinta pela pele o que não conseguirei produzir a partir das flores. Elas estão todas do outro lado da janela.
Com as forças que me restam, puxo a cadeira e me sento outra vez. Olho o mundo cego e escondo a pior coisa que me vem a cabeça num lugar onde eu não possa vê-la. Eu sei que ela está ali, mas não ouso tocá-la, não me leva a nada. Sofro. Sorrio. Assisto a tudo mais uma vez.

Vi sempre o mundo independentemente de mim.
Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,
Mas isso era outro mundo.
Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que era cor de laranja.
Acima de tudo o mundo externo!
Eu que me agüente comigo e com os comigos de mim.
Álvaro de Campos

Quando Já é Tarde de Mais

Olhar de perto uma vida que se vai, que grande tristeza...
Uma ponta de pânico apertou o peito quando todos os olhares se voltaram para ele. Era a hora do início das últimas horas. Tudo estava por um fio do fim e ele sabia disso, ele e aqueles que o rodeiam. A vida já era uma última gota, prestes a evaporar. Havia tão pouco tempo para fazer o que não estava feito que não seria possível escolher quais erros deveriam ser reparados ou desejos realizados.
O olhar caído e doente já não guardava o brilho que tinha quando a ansiedade pelos acontecimentos futuros lhe dava novas cores para a vida. Aqueles olhos não eram os mesmos de antes, não havia de fato mais vida neles, pois o que é a vida senão uma porção de esperanças, que vão levando ao futuro? Não havia ali mais esperanças, apenas a espera que ia apagando uma a uma as chamas que o mantinham aceso.
Olhou ao redor em uma prece silenciosa para que automaticamente seus pecados fossem perdoados não por Deus, mas pelos que de fato importavam. Aqueles que quando não sabiam que sua vida estava se esvaindo, afirmavam que não havia perdão e hoje, ao olhar seus lábios débeis entreabertos num pedido de desculpas, fingem esquecer o que de fato os levou até lá, para que o doente morra em paz e possam tripudiá-lo assim que a terra tomar o corpo.
Ele não era o mais puro dos seres humanos e sempre agiu de acordo com seus interesses. Estava errado? Não sei, quem o poderá julgar? Só é certo que ao longo do tempo são feitas escolhas e quem opta por si não pode desejar a humanidade e se o faz sofre arduamente.
Ocorre que o eu não basta. Não basta ter a si só, os outros são necessários. Por mais que ele se julgue independente e pouco se importe com os demais, no fim, quando menos tempo havia para entender as coisas, ele compreendeu a importância de se ter tudo e a todos.
Ele compreendeu que fracos são todos, mas aqueles que estão só são inúteis, acabados. Que não há vida sem outra vida, que não há indiferença mas sim ignorância no desejo de ser por si e por mais ninguém. Ele viu enfim que as coisas não fazem o mínimo sentido quando estão chegando ao fim e que quanto menos tempo se tem mais coisas se quer fazer. Ele compreendeu a diferença e entre pena e compaixão, tão citadas pelos espiritualizados e tão inúteis no seu ponto de vista vivo e ativo.
O ponto de vista morto e doente sonhava dia e noite com uma ação passada que inspirasse em alguém uma gota que fosse de compaixão, pois para pedir amor já era tarde demais. Tudo o que tinha, no entanto, era a mais sórdida pena de alguns e a idéia de confirmação do fado sendo exalada por outros. Foi merecedor do que passou, de todas as dores, todos os tormentos? Foi merecedor do abandono?
Bem, merecemos todos nós a morte, não?

"Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.

Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?"
Álvaro de Campos.
E por um momento
eu caí.
Caí de uma montanha cheia de flores e certezas
em uma sala escura e insegura, sozinha.
Recolhi-me a minha insignificância e virei uma bola, rolando perdidamente pela sala.
Ora minha cabeça estava em cima
ora embaixo.
E em todo aquele momento em que eu estava girando presa dentro de meus pensamentos
eu só desejava uma coisa;
que você estivesse ali.
Eu queria poder suprir tudo que você carece, porque de algum jeito assim eu supro à mim mesma também.


Queria ser pra você
o que você é pra mim.

Reticências

Tuas vírgulas não me adiantam e muito menos seus pontos de interrogação.
Seus travessões só me confundem e roubam os ponto finais que uma vez eu havia arrecadado.
Suas aspas aumentam minha insegurança, pois fazem questão de contorcer o que um dia eu
te disse.
Seus traços me deixam sem fala e você também os usa por não saber completar suas próprias palavras.
Entre suas vírgulas e pontos finais, eu procuro o único que me saberá acalmar,
mas o teu ponto de exclamação nao vem à mim,
só as reticências...
...
...
Ás vezes eu te quero tanto que fico horas pensando em como te demonstrar.
Não consigo achar um jeito legível de te dizer o meu tudo.
O meu tudo que é tão grande para mim.

Muitas vezes sinto a melodia de uma música me levar.
Sinto as notas viajarem e me levarem em uma canção suave, até você.
Sinto me chegando ao seu ouvido e sussurrando todo aquilo que sempre quis te dizer.
Sei que trocaria todo o meu tempo, todo o tempo do mundo, para gastar mais uns
míseros segundos ao seu lado. Com sua presença. Sem dizer nada, sem fazer nada,
só com a certeza de que estou perto de você.

Volta e meia me pergunto se você entende a imensidão que se passa dentro de mim.
Ou se você pelo menos, chega perto de entender. Mas enquanto os sentimentos forem
únicos, e assim eles sempre continuarão, sei que não compreenderá nada que eu lhe diga.
Nem se eu lhe escrevesse com a letra mais macia
com a letra mais redonda.

Nem se eu lhe soletrasse cada sentimento com cada tom que eu sinto.
Nem se eu lhe cantasse cada letra que me leva aos meus delírios.
Nem se eu te ensinasse
como e quanto
eu sou capaz
de me apaixonar por você.
e todo dor que não passa com o tempo, vira água (nos meus olhos)
E mesmo quando feliz
não posso te dizer minha felicidade.
Não posso me expressar e dividir que por aquele momento
com aquelas palavras
com as expressões que imaginei no seu rosto
você me trouxe um presente incrível que quase molhou meus olhos.

Mas eu não os deixei molhar.
Tristeza molha fácil, eu sei que sim.
Então não deixei que viessem lágrimas de felicidade
pois me pareceu que se as deixasse cair, estragaria aquele momento
que tão bem me fez.

E isso não é prestígio teu
não ache que é.
Me disseram que é meu.
Mas ainda não sei acreditar
em cada palavra que me jogam
e me classificam
dizendo que é meu
é téu
é teu e só meu.
A sua febre me traz calor
e quando está, estou tranquilo
seu desprezo me proporciona dor
tudo só passa se está comigo.

Sua primavera é o meu outono
já que nossas estações sao trocadas
talvez não saiba o quanto e como
mesmo ao seu lado, me sinto um nada.

Fico a espera de um "então",
um "concordo" ou uma proposta boa
e enquanto só me diz não
te entrego minhas palavras a toa.

Tento fazer um jardim
com todas as folhas que no passado caíram
mas ao chegar a primavera
vejo que novamente já sumiram.

Oscilo entre o que sei e o que vejo acontecer
os meus olhos são confusos pois tudo se torna dilema
minha mão amolece e eu pareço adoecer
e é sob estas condições que assino esse poema.
Como a lembrança de um aroma distante, as palavras me chamam para serem rascunhadas.
Assim, o cheiro começa a deixar de ser lembrança e vira rima.

Rima virada. Rima rabiscada.

E o aroma começa a vir a mim, assim como as palavras escrevem nesse papel.
O perfume antes me era doce, me era doce.
Mas agora, me é salgado como minhas proprias lágrimas.
Prefiro ficar quieta enquanto suas palavras são ditas e a noite passa.
Expôr meus sentimentos ás vezes dói mais do que fingir que eles não existem.
Se você não os conhece, talvez de para guardá-los por mais tempo.

Talvez seja melhor deixar você ser você, enquanto aos poucos eu vou guardando o que há em mim.
Deixando a claridade cada vez mais longe e escondendo minhas reais confusões.
Porque nem eu as entendo.
Nem eu.

Se eu me esconder dentro de mim talvez acabe sumindo com o tempo.
Talvez você sinta minha falta nesse contexto.
E aí talvez me procure por alguns cantos onde você costumava me encontrar.

Mas a pergunta primordial é: será que eu sairia de minha escuridão e voltaria a mim por você?

Dentre tudo que enche minha cabeça que nem eu sei distinguir, dentre minha vontade
de sumir e permanecer esquecida, essa pergunta eu sei responder..

é claro que eu voltaria por você.

Ao que a inércia me conduz

Sigo vivendo o que algum lugar de minha cabeça diz que tenho de viver.
Sigo o caminho que est á na minha frente pois não quero pensar em quais muitos
outros eu poderia me perder.

E, ao que a inércia me conduz, te levo comigo em qualquer jornada.
Prefiro não pensar em nossos motivos porque talvez descubra que já estive errada.

Te levo na minha bolsa, no meu estojo, na mala de mão ou na mochila
te levo como papel, caneta, (drama ou não) , parte integrante da minha rotina.

O comodismo nos conduz a um caminho que muito me agrada
ando para fente, com poucos medos, porque já não anseio quase mais nada.

Minhas rimas me cansam.
São muito batidas
pouco mexidas
e talvez devesse as deixar para trás.
Mas assim então de que outro jeito
eu expressaria o bem que voce me faz?
Escrevo pelo medo que tenho desse sentimento ir embora quando eu abrir meus olhos novamente.
Pois me conhecendo como conheço, sei que isso é bem possivel de ocorrer.
Quero poder lembrar como foi me sentir tão bem para quem sabe em um depois, poder me livrar
de alguma mágoa que me atormente.
Foi assim...
Eu estava voltando pra casa com uma sacola cheia nas mãos. E enquanto atravessava as ruas,
eu senti essa coisa. Senti como se eu tivesse indo para o caminho certo.
Não o caminho da minha casa, porque esse caminho eu sei fazer bem. Mas algo maior, como se eu estivesse guiando a mim mesma para o caminho correto.
De repente as coisas fizeram mais sentido e eu senti uma satisfação muito gostosa dentro de mim.
Como se agora, eu estivesse mais completa.
Como se diversos e alternativos nós, tivessem sido amarrados e já não me
restassem mais dúvidas gigantes. Uma esperanca de que os problemas seriam passageiros
e a maior vontade de não me importar com eles no momento, fingir que não existem e principalmente, não aumentá-los.
Como se essa busca ao meu passado e o retrocesso de alguns anos, tivesse
me proporcionado algo que eu jamais havia sentido o sabor antes. Um sabor muito doce e perfeito à minha boca.
(As roupas em minha sacola vibravam, entendendo e concordando com o que eu sentia.)
Tudo pareceu muito claro em minha cabeca e se eu tiver como controlar, vou expandir
esse sentimento para o resto de toda minha vida.
As coisas pequenas que sempre me machucaram, foram isoladas e permaneci somente com as que me fazem bem. Das minimas às grandes.
Desde declarações e confissões, até o céu bonito que hoje vi ou o sorriso que me entregaram de manhã ou até mesmo uma florzinha que vi desabroxar.
As cores me pareceram mais alegres e eu senti como se pela primeira vez, estivesse no local certo, e não perdida em um espaço de tempo errôneo.
Uma antiga busca pelo recíproco e por uma felicidade infindável, deixou de ser procura durante todo aquele instante e simplesmente estava ali,
batendo na minha porta,
me chamando para entrar
e me pedindo para sorrir.
Eu decidi te guardar pra mim, porque eu tenho medo que os outros te roubem um pouco.
Tenho medo que falem demais, que pensem demais, que achem demais e fujam da realidade.
Prefiro te deixar só aqui dentro, assim concordarei mais com você.
Talvez nos tornemos mais iguais ou talvez permaneçamos tão diferentes.
A noite me engoliu e trancada em meu quarto mal vi a escuridao passar.
Alguns passarinhos começaram a cantar mais alto e eu nunca soube como seu canto era bonito.
Anunciavam o início da manhã e me diziam que o sol ja estava a nascer. Jogando seus raios dentre os prédios, fazendo sombras e pintando o meu céu.

Igual ao que uma vez pintei em um retrato. Um céu que eu assistia acordar.

E como no dia em que criei meus sonhos, e como no dia em que os vi voar, ouvi a canção do dia nascente e não controlei um sorriso.
(Como a surpresa sempre é bela ...)
Todos ainda dormiam. As janelas permaneciam fechadas, as portas trancadas e os olhos pregados provavelmente sonhando ilusões. Ninguém via o tempo passar e ninguém sentia o vento que levava as estrelas embora.
Mas eu estava ali, vendo tudo acontecer.
Cada vez que desfocava meus olhos de minha caneta e papel, meu céu ja estava um pouco mais claro. Como se o sol aos poucos, pedisse licença pra entrar.
Lhe dou licença a entrar.
Lhe abro a porta, se necesáario, e se quiser até lhe suplicoso para ter a certeza de que todas as minhas manhãs comecem felizes assim.
Um simples instrumento de fácil manuseio, fácil absorção, fácil troca.
Devolução não é possivel, mas é possivel me descartar, deixar de lado,
pegar outra e por no meu lugar.
Fico aqui por um momento, até o segundo em que me enxerga, pois quando chega
o esperado, se torna cego e exagerado.
Eu não sou mais visível e minha voz se torna falha, outra se sobressai
e pelo teu rosto vejo que você já não me escuta mais.
É engraçado como tudo parece ser real, como parece ser concreto até a quebra.
Onde eu sumo, desapareço diante de seus olhos.
Mas eu estou aqui.
Você não me vê?
Estou parada bem na sua frente, abanando as mãos e tentado gritar.
Mas seus olhos, isso eu vejo bem, estão focados em outra figura.
Eles a seguem como se não pudessem perder um só suspiro teu.
E aí o meu muro cai e eu vejo que não sou só eu.
Não sei mais te acreditar e já não sei se quero que acredite em mim.
Tua repulsa torna triste o meu carinho e faz dos meus sentimentos falsos.
Não faça isso comigo, eu não mereço.
Você não vê?
Eu te esperei enquanto a lua subia, cheia e branca ao céu. Como um rabisco de giz no quadro negro.
Eu te esperei enquanto os ventos brincavam com o meu cabelo, tentando jogá-los na minha cara para
que eu não mais pudesse ver a dor que estava diante de meus olhos.
Eu te esperei enquanto as estrelas brincavam de correr, para não serem pegas pela solidão, assim como eu
sempre era.
Eu vi as estrelas fugirem de mim.
Como se tivessem medo de chegar perto demais.
Naquela noite o céu ficou completamente negro, salvo a lua que logo se ergueu ali.

Eu te esperei enquanto o sol acordava e os primeiros raios de luz tocavam minhas pálpebras.
Eu te esperei enquanto o dia caminhava e não me chamava a caminhar com ele.
Eu te esperei enquanto meus pés queimaram ao tocar o solo quente.
E logo voltaram a mim, com medo de pisar ali de novo.
Mas já queimados, suportariam a dor, e eu os fiz cegos para continuar andando.


Vi o sol ir embora, feliz por poder enfim descansar.
E eu, aliviada, por poder me esconder nas águas escuras que via se aproximando.
O céu logo escuresceu novamente e a lua ergueu-se.
A escuridão me fazia segura, e ali nada poderia me alcançar.
Exceto você.

Eu te esperei por mais alguns milênios. Alguns séculos correram e eu mal vi o tempo passar.
Dia e noite se convertiam e confundiam-se enquanto eu estive parada ali.

Agora, a noite tomou conta novamente. Consigo escutar as estrelas zombando de mim.
Volta e meia,a lua se aproxima e tenta me ajudar.
Mas não consigo alcanca-la e sua ajuda fica longe demais.

Eu te esperei enquanto mil sóis se punham e eu não pude fazer nada para impedi-los de ir embora.
Eu te esperei enquanto a lua não me quis mais e se escondeu atras da montanha.
Eu te esperei enquanto minhas palavras voaram com o vento e fiquei sem voz.
Eu te esperei enquanto as estrelas cansaram de zombar de mim e também se puseram distantes.
Eu te esperei até cansar de mim mesma e abandonar uma parte minha, só pra continuar a te esperar sozinha,
sem ter que me preocupar com o amanhã.
Tenho a forte sensação de que tudo isso é uma peça.
E claramente, você está no papel principal.
O meu papel também é importante, mas secundário. E juntos, fazemos um par.

As falas são ótimas e as cenas incríveis. Mas eu tenho a pequena sensação de que fui escolhida ao acaso.
Não como se eu não me encaixasse bem no papel, eu sou perfeita para ele. Mas tenho a sensação de que se fosse qualquer outra, seria igual.
Me parece que as falas continuariam as mesmas, e as cenas, tão maravilhosas quanto antes.
Que os aplausos continuariam sendo de pé, e as palmas tão escandalosas como sempre.

No momento em que entrei no palco, um nervoso tremendo me subiu a espinha.
Se precisasse comer, não conseguiria, pois ele dominava também meu estômago.
Me acalmei e prossegui a cena.
Esta parte eu interpretava sozinha,
só te esperando entrar.
E quando te vi saindo pela coxia, todo o nervosismo voltou.

Tudo sempre fora único para mim.
E a peça só tinha o sucesso que tinha porque era ao seu lado.
Você nunca foi substituto ou um simples ator coadjuvante.Você sempre foi o meu personagem principal.

Me postei ao seu lado durante a cena final e quando as cortinas se fecharam, tive a sensação de que eu não era única.
Não como se você fizesse outras peças em vidas alheias, ou que protagonizasse alguma do jeito que protagoniza a minha. Mas que meu papel indefinido na tua, não tinha minha cara.
E sim uma máscara, podendo ser posta em quem fosse.

Você é meu único. E o único rosto que eu via quando as cortinas novamente se abriam.
Mas tenho a impressão de que para ti, não importa com quem contracena. E que, se não eu, poderia ser outra protagonizado ou ocupando papel de coadjuvante na sua vida. O que for.


Esta peça, que apresentamos escondidos, só fica disponível à nós dois. Eu a releio sempre que possível, só para te ter por um tempo a mais.

E mesmo tendo a impressão de que não faria diferença se não fosse eu,eu não consigo deixar de sentir meu estômago borbulhar quando você entra no palco.

A Conversa

Um dia, como quem não quer nada ela chegou de malas prontas. Não sei da onde ela vinha, e se é que ela vinha de algum lugar, mas mal sabia eu, que chegara para ficar. Logo se acomodou e desfez sua mala em cima de mim e de mais um. E por aqui ela ficou, sem nem pedir licença para entrar.
Ela mais dormia do que qualquer outra coisa durante uns tempos, mas aí começou a nos sufocar com força total. Sua freqüência aumentava de acordo com os ponteiros passando, os dias virando, as noites caindo e as vidas mudando. A conversa acabou se acomodando na gente. E de tanto ela se acomodar, a gente também acabou de acomodando nela.
Era tão gostosa que muitas vezes precisava ir embora, mas não ia. Um dia tanto eu, quanto o outro, tínhamos afazeres para resolver e uma pressa pinicando nossas cabeças, mas a conversa veio de um jeito tão inusitado, que não conseguimos prosseguir e tivemos que parar por alguns milênios para conversar aquela conversa tão gostosa.
É engraçado como ela é. Quando eu a quero, a espero e almejo, ela quebra minhas expectativas e vem à mim como a coisa mais ordinária possível. E quando é sem querer, quando me pega desprevenida ao virar uma esquina e voltar para casa, vem à mim como a felicidade do restante do dia.
Às vezes ela tem gosto de sol, às vezes tem gosto de chuva.
Às vezes tem gosto de gente grande e às vezes de criança pequena.
Ela assume todas as formas possíveis e nós também nos fantasiamos junto a ela.
A conversa cativou parte tão grande que já fez um quarto e desfez as malas. Agora, eu,ela e ele temos a certeza de que ela não tem intenção nenhuma de ir embora.
Eu só fiquei girando em meu lugar. Como um tonto pião.
Uma tonta.
Fiquei te olhando passar.
Esperando com que você me olhasse, com que você virasse e me visse de repente.
Assim, simplesmente,
e me chamasse pra dançar.
Esperei a volta de mais alguns minutos, enquanto te observava lá de longe.
O salão estava cheio, mas só via você, no meu horizonte.
Rodei mais um pouco, como o tonto pião que sou.
Mas na batida de uma hora, quando o relógio ressou, já não tive mais como ficar ali.
Deixei minha bolsa e sapatos para trás e saí correndo.
Desesperada.
Para ir embora.
Sair daqui.
Fugi na minha fuga mais perversa. A mais dolorosa, de todas elas. Corri tanto que meus pés não ousaram cansar. Corri tanto que não tive mais como parar.
Olhei pra trás de vez em quando, com medo que você estivesse lá.
Mas nunca esteve.
Fugi de tudo que eu podia, tudo que eu queria. Tudo que eu precisava fugir.

E até que de repente, não mais que simplesmente, tropecei em uma pedra
e caí.
Foi aí que eu vi,
que do que eu mais queria fugir
eu não podia.
E nunca poderia.
Eu queria fugir de mim.

Boneca de Pano 2

Em algum momento ele estava ali.
Como se nunca tivesse ido embora, apenas feito uma viagem para enganar os panos que o cobriam.
O buraco estava ali novamente, e o peito da boneca de pano, vazio.
Mas não importava ser em seu peito, pois o oco não lhe incomodava mais. O problema não era a ausência em si, talvez nunca tivesse sido, e sim a dor que esta transmitia agora.
O buraco presenteava-lhe com facadas. Facadas fortes em seu leve corpo de pano, perfurando seus vestidos e deixando-os sem renda.
Como pontadas que diminuem de intensidade de acordo com o passar dos ponteiros do relógio. Mas o relógio não parecia a ajudar. Ele andava devagar, como se tivesse medo de ir para um próximo minuto, uma próxima hora.
E ela implorava, implorava para que passasse mais rápido e chegasse a hora de essa dor enfim cessar.
Mas ela nao cessava.
As pontadas demoraram, mas em algum momento dimuiram. E passaram a ser somente latejantes. Não mais facas. Agora só latejavam e pinicavam alguns lenços sobrepostos.
Suas mãos moles não mais continham a dor e mesmo em menor escala, ela abrangia todo o corpo.
E não tinha mais como se mover. Seus membros pediam para ficar parados. Os movimentos não lhe eram propícios.
Só o tac tac daquela dor pinicando ao fundo.
E então ela ficou imóvel.
Presa em sua caixa de plástico
Me pego pensando em você.
Pensando se você algum dia vai mudar.

Pensando.
Se esse você que me é apresentado, é só uma máscara
ou se realmente,
é esse o teu verdadeiro você.

Eu me pego pensando em você
frequentemente.

Quando você me diz as idiotices que me dirige
querendo saber se essas são as verdadeiras
ou se são mascáras para as piores que não quer me dizer.
Me pego pensando em você, e mais do que isso, perguntando-me
se é preciso uma baque para que você perceba.
Para que você perceba o que?
Que a implicância é resto de sentimento? Ou que você não dá valor à quem merece?
Perceba o que?

Eu me pego pensando em você
de vez enquando.

Quando me batem esses momentos de reflexão e confusão
sobre essa tua cabeça atolada.
Quando as perguntas não param de explodir e ficam na minha cabeça
querendo saber quando você vai me olhar
com os olhos certos.

Eu me pego pensando em você
as vezes.

Quando as luzes se apagam e eu lembro como pensava em ti quando elas se acendiam.

Eu me pego pensando em você
de vez em nunca.

quando eu relembro o passado e ainda duvido do teu futuro.
Ou do nosso.

Eu penso em você.
Ou já não penso mais.

Porque não sei bem quando eu ultrapasso a linha, e deixo de pensar em você
e começo a pensar em mim.
E na repercussão que o teu tudo me traz.

Eu já não penso mais em você.
Eu queria um dia poder voar, abrir minhas asas e passar por cima dessa dor.
Batê-las mais forte que um raio solar e me fazer emergir dessa paisagem louca.
Eu queria poder fechar os olhos e sentir meu corpo beirando o mar. Abaixar a mão e tocar na água, fazendo-a se movimentar pela rapidez do meu voô.
Ver de dentro dos meus olhos aquela imensidão de figuras alegres, todas
cantando e dançando para mim. Dançando como nunca dançei antes.
Dançando como danço, agora, com minhas asas aí a fora
pedindo humildemente
para um dia ser feliz.

Meu tempo com você

Eu continuo não sabendo porque escrevo aqui.. Mas, here we go again.
"Eu preciso de alguns minutos,
para me concentrar
para escrever.

Eu preciso de alguns minutos
para tentar
te entender.

Eu preciso de algumas horas
para aprender
a me descrever.

E de mais alguns minutos
para fazer
você saber.

Eu preciso do meu tempo
para formular
minhas conversas.

Eu preciso do seu tempo
para te dizer
que não me impeça.

Eu preciso de todo tempo
para aprender
a lidar.

Eu preciso de mais tempo
para saber
como te amar.

Em compensação,
não preciso de tempo
para cair na sua armação
não preciso de tempo
para estar na sua mão
não preciso de tempo
ao estraçalhar meu coração.

Nunca precisei de tempo
para sofrer,te ver partir
para cantar,te ver sorrir
para chorar,te ver sumir.

Mas preciso de alguns minutos,
para pensar
para saber.

Eu preciso de alguns minutos
para entender
e te dizer.

Eu preciso de mais minutos
para compreender
e absorver.

E preciso de todas as horas
para aprender
a te esquecer."

Sua velha canção

Meu eterno xodó.

O seu tempo pode ter passado
mas lhe afirmo que o meu não
e enquanto vê tudo certo ao seu lado
eu ainda canto baixinho aquela sua velha canção.

E a cada passo que você dá
ainda sinto meu coração tremer
e alguma coisa dentro de mim
ainda quer fazer você saber
O quanto eu já chorei por você
e as horas que perdi pensando
em como redigir isso tudo
e se chegava à você cantando.
A sua velha canção.

Se ela te conquistou uma vez,
será possível conquistá-lo novamente?
mas isso é muito perigoso,e talvez
o certo seja te excluir completamente.

Talvez não tenha sido a canção
que lhe conquistou aquele dia
o que aconteceu foi conscidência
e disso ninguém sabia.

O que tornou a vir depois
foi o errado e o sofrido
achei que existia um "nós dois"
e quando te olhei,já havia ido.

Te inventei e te quis
desse jeito,mesmo assim
não entendia que o que fiz
foi me degradar aos poucos,ao fim.

Sentindo aquele velho aperto
abaixo minha cabeça e forço a voz
e me toma por completa o medo
porque volto a pensar em nós.
Levanto-a aos pouquinhos
sem saber o porque ou a razão
e olhando de frente ao espelho,
ergo a voz, e canto a sua velha canção.

Não soa mais esperançoso...

 
Nada foi feito. E sempre é a falta que machuca mais.
Não há motivo para esse tudo,mas ele está aqui,tão presente quanto eu.
Creio que é a chuva,ela traz esse todo à mim. Quando começam a cair as gotas,lentas e calmas,as dores inexistentes começam a sobressair.E voam em minha direção.E se apegam a mim.
Creio que as gotas são minhas lágrimas,as lágrimas mais fortes que nunca soube chorar,que nunca me foi possível aprender a chorá-las.Nunca tive uma chance.
Fui criada assim,fui programada,não tive oportunidade de tentar mudar.E se agora estou aqui debruçada com sentimentos ruins a solta,é porque eu sou eu,e simplesmente eu.
Porque se eu fosse você,não estaria aqui digitando mágoas,não estaria pensando no que não ocorreu,e teria força suficiente para saber que nada foi culpa minha. Eu nem ao menos estava lá.
Estava ausente.Eu estava ausente de você,mas você,não estava ausente de mim.

domingo, 31 de outubro de 2010

Despedidas

Despedidas são assim,
com cara de chuva que inunda,
com cara de noite que tira luz,
com cara de perda do que nunca se teve...
vêm, apenas vêm..
tira de nós algo de brilho, algo de bom..
algo de nosso,
algo de alguém.. apenas vem..
despedidas doem,
arrebatam a alma,
trazem à tona tristeza..
a lágrima aflora...
O peito estoura,
Num combinar fúnebre...
No véu do não mais olhar...
Seja lá que despedida for,
só conheço uma boa:
a despedida da tristeza..
Mas essa a alegria cobre...
nem se vê como despedida..
inundada pelo bem-estar,
o bem querer de ter a vida..
e, na vida, a felicidade..
despedidas,
dos que vão por ciclo natural da vida..
dos que vão por opção,
dos que têm que ir...
dos que a vida distanciam,
por tudo que reside nela..
pela hora errada,
pela situação errada..
na vontade suprimida em cada um..
mas, se tem que ter despedidas,
tchau, enfim...
Alguém sai da sala de nossas vidas...

CONSERVANDO A TRADIÇÃO

Um dia um peão já velho,
Destes curtidos dos anos,
De alegrias e desenganos
Que arrebanhou tempo a fora,
Sentia chegar a hora
Do seu último pedido
Chamou o filho querido
E disse com a voz sonora:

- Meu filho chega bem perto
Para escutar o que te digo,
Pois mais que filho és um amigo
Por isso presta atenção,
E escuta meu coração
Que te fala com certeza,
E veja quanta beleza
Que existe na tradição.

Tradição não é grossura
E nem vergonha p'ra gente,
Pois tu deves ter na mente
O ventre que te gerou,
O berço que te embalou
Pois não nasceu da macega,
Honre o sangue que carregas
E a raiz que tu brotou.

Por isso quero pedir-te
Mais que um pedido, um favor:
Que tu sempre dês valor
Para as coisas do nosso Estado,
Procuras estar ao lado
Da justiça e da razão,
Nunca esqueças a tradição
Que herdastes do teu passado.

Nunca deixa deturparem
As coisas aqui do pago,
Das pilchas ao mate-amargo
Ouça o que este peão te diz:
Aí ficarei feliz
Se aprenderes a lição,
Que o povo sem tradição
É um povo sem raiz.

Olhes bem, quando mateares
Veja que linda comunhão,
A cuia de mão em mão
Sem preconceito ou vaidade,
Traduz a simplicidade
E as tradições deste Estado,
Onde o cru e o letrado
Vivem na mesma irmandade.

Procures estar presente
Nos movimentos gaúchos,
E saibas agüentar o repuxo
Quando a situação exigir,
Nunca penses em trair
As causas tradicionais,
Pois a glória de ancestrais
Sempre há de ressurgir.

Olhe sempre ao teu redor
E veja quanta beleza,
Que a nossa mãe natureza
Te deu sem nada cobrar,
Então deves preservar
Com carinho e com afeto,
Um dia teus filhos e netos
Também irão desfrutar.

Por isso que te chamei
Para conversar contigo
Atendas este teu amigo
E ensina teus descendentes,
A levar sempre p'ra frente
As epopéias caudilhas,
Como fizeram os farroupilhas
Defendendo nossa gente.

O pouco que preservares
desta glória e galhardia,
Será de grande valia
Para futuras gerações,
Que aprenderão as lições
De práticas e de destrezas
E saberão as grandezas
Destas nossas tradições.

Se atenderes meu pedido
Com orgulho, raça e fé,
E manteres sempre em pé
As coisas aqui deste chão.
Aí te darei a benção
E posso até morrer sem luxo
Pois, enquanto houver um gaúcho,
Não morrerá a tradição.

Vivemos e aprendemos com nossos erros.

Vivemos e aprendemos com nossos erros.
Choramos, mais depois sorrimos.
Crescemos com palavras, atos, sentimentos e ilusões.
Morremos aos poucos por orgulho, críticas e por não nos perdoar.
Humanos somos quando temos caráter, respeito, dignidade e HUMILDADE
Não quando somos covardes, baixos, idiotas e passamos por cima das pessoas ao nosso redor para conseguirmos o que realmente desejamos.
Muitas vezes nos arrependemos dos nossos erros tarde demais, de uma forma que não dá para voltar atrás…
Muitas vezes praticamos atos indesejáveis, atrapalhando as pessoas que adoramos…
Muitas vezes esquecemos do mundo à nossa volta para lutarmos por uma coisa sem sentido…
Muitas vezes choramos por ter feito o que fizemos, e não ter sido quem somos…
Muitas vezes pessoas nos mostram como se arrepender a tempo e como tentar concertar…
Muitas vezes estamos errados no sentido geral do mundo, não no sentido geral da gente…
E mesmo que venha forte a tempestade e mesmo que o mundo caia sobre nós, nada nem NINGUÉM apagará o que ficou.
Se errei ou acertei, isso já não importa.
O que importa é que novamente estou aprendendo.
Aprendendo e crescendo, com meus atos, com os atos das pessoas em minha volta.
Aprendi que para manter meu sorriso é necessário primeiro que as pessoas de minha volta sorriam.
Seja como for, seja com quem for, seja como vocês queriam que fosse.
Não basta apenas me perdoar, é preciso me encontrar.
Quem sabe na imensidão do paraíso alguém possa me amar.
Mais feliz eu aprendi que só estarei quando vocês estiverem felizes.
Seja como for, seja com quem for, seja como vocês queriam que fosse, o importante é vocês serem felizes. Eu?
Ou melhor, o resto, que se exploda.
Não me arrependo de ter feito uma coisa que eu queria fazer.
Arrependo-me de ter escolhido a hora errada para fazê-la.
Arrependo-me de passar por cima de pessoas que merecem respeito, que são especiais para as pessoas em sua volta, que são legais, que são HUMANAS.
Arrependo-me de não ter aproveitado a sorte na hora certa.
Arrependo-me de ter acreditado em pessoas que mal conhecia.
Arrependo-me de não ser tudo que eu deveria ser.
Arrependo-me de não ter acordado a mais tempo.
Mesmo se nós não perdoamos nossos erros, mesmo se nossos reflexos não são mais os mesmos no espelho,
Existe um ser que sempre, não importa a situação, o momento, os erros, os acertos, as críticas, os elogios, os desesperos, as alegrias, as lágrimas, solidão, união,
desamor, esperança, desunião, desesperança, que SEMPRE, SEMPRE esteve e está conosco: DEUS!
Mesmo quando não nos lembramos Dele, Ele está lá.
Pode não parecer, mas está.
Ele é o único capaz de nos perdoar sem rancor, sem ódio, sem desamor…
Ele é o único que sempre estará com agente…
Ele é o único que vê e sente nossos sentimentos…
Ele é o único, que sempre, não importa a ocasião, está de mãos abertas para a gente…
Ele é o único a quem devemos realmente agradecer pela nossa vida…
Deus não é apenas um pai.
É um amigo, um ajudante, um companheiro, um anjo, um irmão, um colega, um guardião…
Não importa ONDE eu esteja, não importa COMO eu esteja, não importa se eu estou feliz.
O que importa é COM quem eu sempre estarei: com DEUS!

Depois de algum tempo

“Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. 

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… 

Aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. 

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. 

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. 

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. 

Começa a aprender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que pode ser. 

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. 

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve. 

Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. 

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. 

Aprende que paciência requer muita prática

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes… e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. 

Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. 

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. 

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo. 

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais

Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.”