quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eu só fiquei girando em meu lugar. Como um tonto pião.
Uma tonta.
Fiquei te olhando passar.
Esperando com que você me olhasse, com que você virasse e me visse de repente.
Assim, simplesmente,
e me chamasse pra dançar.
Esperei a volta de mais alguns minutos, enquanto te observava lá de longe.
O salão estava cheio, mas só via você, no meu horizonte.
Rodei mais um pouco, como o tonto pião que sou.
Mas na batida de uma hora, quando o relógio ressou, já não tive mais como ficar ali.
Deixei minha bolsa e sapatos para trás e saí correndo.
Desesperada.
Para ir embora.
Sair daqui.
Fugi na minha fuga mais perversa. A mais dolorosa, de todas elas. Corri tanto que meus pés não ousaram cansar. Corri tanto que não tive mais como parar.
Olhei pra trás de vez em quando, com medo que você estivesse lá.
Mas nunca esteve.
Fugi de tudo que eu podia, tudo que eu queria. Tudo que eu precisava fugir.

E até que de repente, não mais que simplesmente, tropecei em uma pedra
e caí.
Foi aí que eu vi,
que do que eu mais queria fugir
eu não podia.
E nunca poderia.
Eu queria fugir de mim.

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