Às vezes, o que sinto é um medo de sonhar. Como agora. Medo de sonhar com coisas que nunca serão verdade, medo de acreditar demais em mim. Medo de, no fim, ver que fui tola por pensar que seria tantas coisas, que faria tantas coisas. Mas, na maior parte do tempo, sonho alto. Sonho alto e sem medo. Acredito em possibilidades sem nexo. Às vezes, até estúpidas.
Me vejo abraçando o mundo, amando, vivendo, num futuro que não passa de um sonho. Para uma pessoa com tantos altos e baixos, sonho com certas extravagâncias e exageros incomuns. Para quem acredita tão pouco no presente, parece absurdo imaginar e fantasiar um futuro assim, tão incrível. Talvez seja assim porque sempre penso que amanhã minha vida vai começar. Sonho com um momento em que coisas começarão a andar. O exato momento em que eu descobrirei quem eu sou e porque estou aqui. Descobrirei meus talentos, meus vícios e virtudes. O momento em que terei a alma completa o bastante para começar o que devo fazer. Mas, enquanto isso não acontece, me limito a escrever sobre coisas que, talvez, não farão sentido para quem as ler algum dia. E talvez não façam sentido alguma nem para mim, mas confortam e geram mais um turbilhão de sonhos que, inúteis ou não, vão formar uma parte de mim algum dia, ou então serão simplesmente a prova de que, apesar de tudo, sempre acreditei que eu pudesse algo mais.
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