terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ai, que medo!

Aposto que você já se pegou dizendo essa frase um milhão de vezes. Isso acontece porque passamos boa parte do tempo preocupadas com aquelas coisas que nos ameaçam: temos medo de perder o ano na escola, de ficar doentes, de brigar com a melhor amiga, de pagar um mico na frente daquele menino lindo... Alguns medos se justificam. E fazem parte da gente. É justamente quando a professora toca o terror, depois de uma péssima nota na prova, que resolvemos estudar sério. Nesse caso, somos movidas - não pelo desejo de aprender, ou pela responsabilidade - mas pelo medo. Quando os amigos (ou namorado) nos propõem algo que a gente sabe não é legal, lá vem ele de novo, nos chamando de volta à razão, e nos forçando a dizer algo como: "Tô na boa. Deixa pra próxima...".
Só que, ao mesmo tempo, tenho uma implicância danada com essa história de medo. Se ele nos protege em diversas situações da vida, também nos deixa meio paralisadas. Isso porque, do mesmo jeito que temos medo de ameaças reais, criamos perigos imaginários, que nos fazem perder grandes oportunidades, sem trazer benefício em troca. Explico: é o medo de parecer ridícula. Ele nos faz abrir mão das nossas vontades e opiniões, daquilo que nos faz autênticas (e, por isso mesmo, especiais). Mais ou menos como quando a turma toda resolve odiar Restart e a gente, por puro medo de não agradar, acaba entrando na onda, e finge que também "já passou dessa fase". Mas, daí, quando chega em casa e não tem ninguém por perto, ouve escondido.
Também é um medo bobo o que nos faz desistir dos nossos sonhos. Muitas vezes, pelo medo de perder, preferimos não lutar. Guardamos as nossas forças, as nossas melhores qualidades, todo o nosso potencial num cantinho escondido. E dizemos a nós mesmas que está tudo bem, quando, na verdade, estamos é acomodadas, infelizes, tentando nos convencer de que a vida sem certa dose de risco também pode ser deliciosa de viver. Será?
Desconfio muito nesse medo que, na realidade, é o medo de ser feliz, de se mostrar para o mundo, de defender tudo aquilo em que acreditamos, de ir muito além do que os outros esperam de nós.
Se o medo é bom, por um lado; por outro, merece ser olhado bem de perto, com um olhar bem desconfiado, se possível. Que tal começar a se perguntar: "Será que essa situação é mesmo tão ameaçadora quanto imagino"? " Qual é a pior coisa que pode acontecer se isso der errado"? Assim, talvez você consiga chegar ao meio termo.
Se arriscar, por bobeira, é burrice. Mas jogar-se na vida, em busca de sonhos grandes e de uma felicidade de verdade... isso, sim, compensa qualquer maluquice.

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