Da mesma raiz
Venho da mesma raiz
Profunda e antiga do pago
E essa estirpe que eu trago
Desde a ancestral matriz
Moldou a pátria que eu fiz
No vaivém das fronteiras
Em duas Américas lindeiras
No garrão do continente...
‘Dois idiomas diferentes
Mas só uma gente campeira’!
Sou raça que foi semente
E floresceu na paisagem
Guardando a rude linhagem
Dos homens de antigamente
E que ao chegar ao presente
Relembra feitos e glórias
Que se perderam na história
Mas que em meu sangue resistem
Pois não há um povo mais triste
Que o que não tem nem memória!
Como entender seu futuro
Que não entende o passado?
Quem tem seu olhar apagado
Por tanto viver no escuro
Quem se esconde atrás dos muros
Com medo da imensidade
Que busca só a claridade
De mil luzes artificiais
Querendo ter... sempre mais!
Sem nunca ter liberdade!
Mas minha raça ainda vive
Pelos fundões da querência
E guarda na sua essência
A alma xucra que eu tive
E nela volto a ser livre
Como nos dias da infância
Cruzando ranchos e estâncias
Com seres iguais a mim...
Tanto tempo e mesmo assim
Jamais tivemos distancia!
Eu sou mais um junto aos meus
Razão e luz do meu canto!
E em cada verso que platô
Encontro o meu próprio Deus
Eis a matéria onde eu
Desenho ao sul meu pais
Essa é a herança que eu quis
Ser só um paisano no mais
Mesclado entre os meus iguais
Irmãos... da mesma raiz!
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