segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011



Da mesma raiz






Venho da mesma raiz


Profunda e antiga do pago


E essa estirpe que eu trago


Desde a ancestral matriz


Moldou a pátria que eu fiz


No vaivém das fronteiras


Em duas Américas lindeiras


No garrão do continente...


‘Dois idiomas diferentes


Mas só uma gente campeira’!


Sou raça que foi semente


E floresceu na paisagem


Guardando a rude linhagem


Dos homens de antigamente


E que ao chegar ao presente


Relembra feitos e glórias


Que se perderam na história


Mas que em meu sangue resistem


Pois não há um povo mais triste


Que o que não tem nem memória!


Como entender seu futuro


Que não entende o passado?


Quem tem seu olhar apagado


Por tanto viver no escuro


Quem se esconde atrás dos muros


Com medo da imensidade


Que busca só a claridade


De mil luzes artificiais


Querendo ter... sempre mais!


Sem nunca ter liberdade!


Mas minha raça ainda vive


Pelos fundões da querência


E guarda na sua essência


A alma xucra que eu tive


E nela volto a ser livre


Como nos dias da infância


Cruzando ranchos e estâncias


Com seres iguais a mim...


Tanto tempo e mesmo assim


Jamais tivemos distancia!


Eu sou mais um junto aos meus


Razão e luz do meu canto!


E em cada verso que platô


Encontro o meu próprio Deus


Eis a matéria onde eu


Desenho ao sul meu pais


Essa é a herança que eu quis


Ser só um paisano no mais


Mesclado entre os meus iguais


Irmãos... da mesma raiz!

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